me sinto tão
sem sentido ao som do
sílabo silêncio
e isso, talvez,
me faça tão suscetível
a socorrer-me sem sucesso em suas
sílabas
me sinto tão
sem sentido ao som do
sílabo silêncio
e isso, talvez,
me faça tão suscetível
a socorrer-me sem sucesso em suas
sílabas
este poema é tão inútil
quanto sua vida fora
dele
Meu artigo publicado na Gazeta do Povo, 08/07/18.
O Brasil precisa de professores. Mais do que militares, mais do que militantes, mais do que advogados, mais do que médicos, mais do que engenheiros.
O Brasil precisa aprender. Precisa aprender o idioma da sua história, o que Bandeira falava para o brasileiro quando escreveu o poema O bicho, o que Drummond queria nos contar quando disse ao nosso povo “os lírios não nascem da lei”.Read More »
Segundo estatística do IBGE, 16,2 milhões de brasileiros estão em situação de extrema pobreza. Isso corresponde a 8,5% da nossa população. A barriga do brasileiro é um banquete para a política. 8,5% dos brasileiros só começarão a pensar em ideologia, Estado mínimo ou Estado máximo quando pararem de passar fome.
Mas 8,5% votam e devem votar – isso é inquestionável. Estamos falando de 16,2 milhões de votos que conseguem ser captados por 16,2 milhões de refeições. Ou alguém duvida disso?
Explico aos de barriga cheia: coloque 8,5% da população a passar fome por uma semana. Ela perde a fé em Deus e em si mesma, não exatamente nessa ordem. Coloque 8,5% da população na miséria absoluta por duas semanas e ela venderá seu voto e o pouco de convicção que ainda tem por qualquer refeição. Durante este processo, dê a 8,5% da população brasileira toda a biblioteca já escrita pelo homem. Ela agradecerá profundamente e a usará para fazer sopa de papel.
A miséria de 16,2 milhões de brasileiros é, sem dúvida, a miséria de todos
A educação é primordial neste país. Mas 16,2 milhões de brasileiros não se formarão doutores em Medicina, Ciências Sociais, Economia, Direito, Engenharia, não se formarão no ensino médio, e nem aprenderão a ler enquanto estiverem na extrema pobreza. Primeiro, porque a consciência é produto de um processo lento. Morrer de fome é um processo menos lento. Discussão de Estado mínimo ou Estado máximo vem no restaurante, vem no café com torta, vem na mesa de jantar. 16,2 milhões de brasileiros não estão nestes “ambientes de luta”.
O dia em que qualquer ideologia deste planeta (que não esteja acorrentada à estatística do genocídio) conseguir erradicar a fome do nosso povo, será muito provavelmente absoluta. O problema é que ela nem precisa ser, basta-lhe parecer. A miséria de 16,2 milhões de brasileiros é, sem dúvida, a miséria de todos. 8,5% de brasileiros à espera do próximo arroz com feijão. Pense nisso: nas últimas eleições, Dilma ganhou por uma diferença de 3,28%.
– Então tu é o maior dos poetas.
– Sim, sou o maior dos poetas.
– Deve ser legal, meu. Ser o maior de alguma coisa.
– É. É legal.
– Tu tá escrevendo afu?
– Aha.
– Me diz alguma coisa ai. Que tu escreveu.
– Fiz um poema imortal esses dias. O poema mais mortal dos imortais.
– Diz ai.
– Começa assim “Fui no sarau”.
– Ahm.
– “Esperei os poetas recitarem”
– Aham.
– “E joguei Fernando Pessoa no palco.”Read More »
Este poema será mortal, camarada
Porque o escrevo para sobreviver
Depois de passar pela maior perda
Das perdas
Eu gosto mesmo eh de textao de sujeito que passa vergonha no debito, ai erra a senha e passa a mesma vergonha no credito. Sao os únicos que eu nao tenho preguica de ler. Mas hoje eu li um outro tipo de textao que eu achei legal. Carlos Drummond de Andrade, o nome do camarada. Nao sei se eh fake News as coisas que ele diz nos textao, na real eu nao entendi bulhufas do que ele escreveu, me parece que ele ficou dando enter entre uma linha e outra, nao escrevia ate o final das frases e tal, ate fiquei com um pouco de medo, ele escrevia assim
O
Enquanto Lisboa trafega pelo
Rio
Pairando sobre nos a semiótica
Dos velhos Deuses de papel
– o Sol é o Deus deste país –
você disse a mim